Craque sem kimono, Salomão fala da evolução do esporte no Brasil


Salomão Ribeiro, bicampeão brasileiro sem kimono, fala do crescimento do grappling. Photo : Milena Maldonado/Divulgação
Aos 35 ans, ou bicampeão brasileiro sem kimono Salomão Ribeiro passou a ser mais estratégico em sua carreira. O faixa-preta decidiu, nas últimas semanas, se ausentar das competições de grappling e Jiu-Jitsu.
De acordo com o atleta, a decisão não impede de receber convites para superlutas. Salomão quer mais tempo para cuidar de pequenas contusões e estar mais próximo de seus alunos em Doha, no Qatar.
« Tomei essa decisão para cuidar do meu corpo, estou em alto nível por muito tempo », disse Salomão. « Tenho plus de 15 ans d’expériences sans MMA et me rendu muito desgaste físico, mental e uma série de lesões que preciso cuidar por agora. A decisão foi para respeitar o meu corpo. Com esse tempo para recuperar tambem vou estar mais próximo dos meus alunos. Quero ajudá-los a conquistarem seus objetivos”, diz a fera, que já aprendeu muito com Anderson Silva, Rodrigo Minotauro et Rousimar Toquinho.
Craque do Jiu-Jitsu, Salomão tem no currículo dois títulos do Campeonato Europeu da IBJJF (Fédération internationale brésilienne de Jiu-Jitsu). Nas linhas a seguir, ele fala da importância do esporte como ferramenta de desenvolvimento pessoal.
« O Jiu-Jitsu é uma ferramenta essencial que pode e deve ser usado na formação do ser humano, pois agrega valores em todos os sentidos. Apesar do Jiu-Jitsu ser relativamente novo aqui no Qatar, com o tempo as pessoas vão entendendo melhor e cada vez but aderir essa prática. Toda pessoa no mundo deveria treinar Jiu-Jitsu ao menos uma vez na vida. Com o Jiu-Jitsu, você pode alcançar um outro nível emocional, de autoconhecimento, autoconfiança e muitos outros benefícios para a vida”, aposta o campeão.

Salomão Ribeiro et faixa-preta d’Alexandre « Gigi » Paiva. Photo : Milena Maldonado/Divulgação
Campeão da seletiva do ADCC em 2017, Salomão detalha a evolução dos atletas brasileiros com a popularização do grappling. Em sua visão, os lutadores precisam de mais estrutura :
« Acredito que o Brasil semper vai ter atletas que vão estar no topo do cenário mundial, mas no geral temos que melhorar no investimento e planejamento da formação dos atletas. Você vê que a maioria dos bons lutadores estão fora do país, porque não recebem estrutura para viver e treinar no Brasil. Mesmo com todas as dificuldades nós, brasileiros, conseguimos ficar mais inteligentes ao longo dos anos. E, agora, com essa globalização e acesso a informação não podemos ficar parados. Temos que continuar treinando para evoluir nosso jogo ».